Me formei em jornalismo no ano de 2000, pela faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Ainda estudante, comecei o estágio em TV. Trabalhei vinte anos em redações de emissoras brasileiras como Record TV, TV Bandeirantes, Rede TV! e TV Gazeta. Fui responsável por edições, reportagens e roteiros de programas.
Fiz minha pós-graduação em jornalismo internacional na PUC, também em São Paulo. Participei da cobertura de guerras, estudei História e idiomas. Trabalhei na produção de documentários para a TV, que denunciavam os problemas sociais do Brasil. Queria deixar a minha marca no mundo, como a maioria dos jovens idealistas das faculdades de humanas.
Além disso, fiz reportagens sobre cultura e comportamento para o extinto Canal 21, do Grupo Bandeirantes. Amo cinema e todas as formas de arte!
A maternidade me trespassou. Tive um esgotamento físico e mental e precisei dar um tempo na carreira. Foi um período sabático de dois anos, em que retomei a paixão pela escrita terapêutica da minha infância e juventude. Tudo começou com um blog de maternidade, o “Sabático de mãe”. Depois, tive por um ano uma coluna no portal “Mães que escrevem” sobre autocuidado para mães tão exaustas quanto eu.
Para me aprofundar no tema, decidi criar um projeto virtual e falar de maternidade com autoamor, autocuidado e feminismo. Foi assim que surgiu “Mãenuscritos – textos de mãe”. O projeto tem textos aqui no site, um ebook e reflexões pessoais na minha página no Instagram, Lá, também compartilho meus escritos, meus amores e a minha vida.
Sou apaixonada pela escrita e pelo poder transformador das palavras. Escrevo para me compreender, interpretar o que vejo ao meu redor e contar histórias. Escrevo porque não consigo viver sem escrever. Para mim, é sobrevivência. E sobre VIVÊNCIAS.
Corre nas minhas veias a poesia da vida, o amor pela escrita e pelos meus filhos. Por isso, nunca desisto de sonhar.
Antes da jornalista, existiam a leitora assídua e a aprendiz de escritora. Elas surgiram cedo, ainda na minha infância. Eu fui uma menina estranha. Grande, desajeitada. Com cabelos rebeldes que viviam presos. Aparelho nos dentes e uma vergonha danada de sorrir. Tentava esconder as espinhas que tomavam conta do meu rosto, mas era um caso perdido.
Era daquelas que ninguém notava na escola. Prisioneira da minha própria solidão. Porém, algo me alegrava e trazia esperança: os livros, os filmes, a escrita. As histórias que me levavam longe dali. Para mundos onde podia ser quem quisesse: princesa guerreira da saga Star Wars, mocinha do filme Indiana Jones, bruxa em Avalon.
No vestibular, decidi: “Pai, vou ser escritora!” “Isso não é profissão, menina! Vai ser doutora!” Bem que tentei. Prestei Direito duas vezes. Não passei. Percebi que não ia conseguir agradar o meu pai de qualquer jeito e cursei jornalismo. Na faculdade, li mais do que já tinha lido a vida toda. Escrevi contos, crônicas, reportagens. Sonhei em transformar o mundo com as minhas palavras. E anos depois, quem diria, estava na TV!
Só que escondida de novo, atrás das câmeras. Colocava meus textos na boca de apresentadores, repórteres, locutores. Uma vez, um chefe me provocou: “Até quando você vai escrever para os outros? Quando vai escrever para você?” Não soube responder.
Bem que tentava. As palavras sempre brotaram na minha cabeça com facilidade. E o medo também. De repente, a maternidade veio com todasua força e me virou por inteiro. Transformei-me novamente na menina estranha do ginásio. Porque não dei conta. E da perfeccionista exigente voltei a ser a aluna que passava de ano raspando. Doeu demais. Foi como se algo tivesse morrido dentro de mim. Não conseguia mais me entregar de corpo e alma a nenhum projeto. Não tinha forças pra isso.
Comecei então a minha jornada de cura. Descansei, me exercitei, passei a me alimentar melhor. E vi o que eu queria: ajudar outras mulheres em suas jornadas. Foi assim que nasceu Mãenuscritos – textos de mãe. Sim, Mãenuscritos! Porque é assim que começa meu processo de criação: em escritos de mãe. Feitos com reflexões e caos.
Quando a vida parecia só águas turvas, redescobri a escrita terapêutica. O papel e a caneta foram as bússolas para achar um novo caminho. Meu projeto é um convite para refletir sobre maternidade com autoamor e autocuidado.
O que impede a nossa felicidade está dentro de nós. E a lucidez para encontrar o equilíbrio só surge com amadurecimento e amor-próprio.