Naturebices da Lú

Naturebices da Lú

Atire o primeiro tomate quem nunca julgou uma mãe pelo que ela come ou dá para o filho comer. Discutir sobre alimentação saudável é igual a falar sobre futebol, religião e política. Ou seja: a conversa sempre acaba em treta!

Talvez por isso eu tenha evitado esse tema. Porque eu confesso: é o meu ponto fraco. Sou de uma perigosa seita que tem se espalhado e feito várias seguidoras por aí: a das MÃES NATUREBAS.

Daquelas bem radicais, sabe? Não tem nada que desperte mais a minha ira do que ver bebê tomando refrigerante e criança comendo macarrão instantâneo.

Sou a louca do supermercado. Perco horas lendo rótulos de todos os produtos. Pra concluir que tudo é uma porcaria!

Comida congelada? NEM PENSARRRR!!!!!!

E a gordura trans, aquela dos industrializados? Pra mim, uma droga perigosa, capaz de causar danos irreversíveis.

Se tá no rótulo, “gordura hidrogenada”, cuidado! Querem viciar seu bebê!

Sei que sou meio exagerada. Por isso, refleti e cheguei a uma conclusão: eu posso até ser a mãe natureba, mas não pretendo julgar outras mães.

A mãe solo que pegou várias conduções pra trabalhar e chegou tarde em casa vai sim oferecer pro filho macarrão instantâneo no jantar. Isso depois de comer um pacote de bolacha recheada no ônibus e controlar a fome, enquanto volta pra casa.

Cada família tem uma realidade.

As pessoas se alimentam mal por uma série de motivos: existem aquelas que não têm tempo ou não gostam de cozinhar e procuram a praticidade dos industrializados. Tem também os que não têm dinheiro para comprar alimentos saudáveis. E no meio, existem os fast foods e as propagandas que seduzem crianças e adultos.

São aí que entram a bolacha recheada, os nuggets, os cereais açucarados. Eles são os vilões por trás da obesidade infantil. Alimentos com alto valor calórico, mas pobres em nutrientes e cheios de químicas. Com isso, temos crianças e adultos obesos e desnutridos.

Para mim, isso tudo se resume a um fator: a falta de INFORMAÇÃO.

Um problema mundial que pode ser combatido de um jeitinho bem simples: com educação alimentar – um gesto que precisa partir das famílias, das escolas e também do poder público.

Sou pesquisadora de alimentação há seis anos. Tudo começou quando eu trabalhava na TV e participava de um quadro sobre nutrição. O assunto me pegou de jeito bem no momento em que virei mãe e precisei voltar a cozinhar.

Desde então, converso com vários nutricionistas, leio, pesquiso e faço da cozinha meu laboratório experimental.

Eu quero saber o que coloco no meu prato e no dos meus filhos. Para mim, esse é o melhor caminho para fazer as tais escolhas conscientes.

O Rafael, meu filho mais velho, come uma cenoura crua por dia, seu legume preferido. Adora frutas e salada.  A Clarinha, minha caçula, gosta de feijão preto, beterraba e banana. Eles não comem de tudo. Mas já conseguem eleger alimentos saudáveis como parte da rotina.

De vez em quando, rola sim uma guloseima aqui em casa. De vez em quando, é difícil sim convencer os pequenos a comerem bem. Mas é preciso persistência, sempre!

Para mim, os segredos da alimentação saudável são simplicidade e afeto. Afinal, tem coisa melhor que comida caseira?

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